Estágio PEPAL - Uma Experiência Profissional
Considerando a integração dos jovens no mercado de trabalho e a elevação das suas qualificações uma prioridade das politicas públicas nacionais, os programas de estágios profissionais são uma importante ferramenta na prossecução destes objetivos.
Como beneficiário de Estágio ao abrigo do Programa PEPAL, conheça a experiência profissional do Nuno Pinto Santos, como estagiário na Câmara Municipal de Sintra.
1.Qual a sua formação de base?
Sou arquiteto.
2. Como teve conhecimento desta medida (Estágio PEPAL)?
Foi em conversa com uma amiga, recém-formada em engenharia do ambiente, pouco tempo após termos terminado os nossos cursos, no início de 2015. Estávamos a falar sobre o mercado de trabalho e as ofertas profissionais nas nossas áreas de formação, quando ela me falou sobre o Programa de Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL) e me disse terem aberto procedimentos concursais para várias áreas de formação, em diversas autarquias locais. Fiquei interessado, investiguei mais sobre esta medida na internet e falei com outros amigos e colegas que participaram em edições anteriores do programa. Acabei por me inscrever na 5.ª edição.
3. Como surgiu a oportunidade de realizar este estágio na empresa/entidade? Foi proposta pelo IEFP ou foi uma autoproposta?
Foi uma autoproposta, embora, na altura, já estivesse inscrito no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Enviei a minha candidatura para várias autarquias na Área Metropolitana de Lisboa e acabei por ser selecionado para uma das oito vagas abertas para um estágio orientado na Câmara Municipal de Sintra nas áreas de formação de arquitetura e engenharia civil, com a duração de um ano.
4. O processo de acolhimento na entidade decorreu segundo as suas expectativas?
Diria que as minhas expectativas foram superadas, porque o processo de acolhimento foi, desde o início, excecional. Este estágio foi a minha primeira experiência profissional, pouco tempo depois de ter terminado o curso, pelo que, quando me candidatei, ainda não tinha uma ideia muito bem formada do que queria em termos profissionais, a médio e longo prazo, nem muitas expectativas sobre o meu primeiro trabalho.
Por outro lado, embora atualmente o mercado de trabalho em geral e na área de arquitectura em particular esteja, aos poucos, a recuperar, quando ingressei no ensino superior, em 2008, as perspetivas sobre o futuro da profissão – mesmo para quem, como eu, estava a começar – não eram as mais animadoras e imprimiram-me desde logo um modo muito prático de ver os desafios profissionais que se começavam a colocar à minha geração. Por isso, apesar de ter ficado muito satisfeito por ter sido selecionado de entre vários candidatos ao PEPAL, as minhas expectativas não eram as mais elevadas, sobretudo num âmbito de trabalho como o das autarquias locais, com o qual não estava familiarizado.
Mas correu tudo muito bem e senti sempre um apoio contínuo por parte de todos os colegas e equipa de trabalho, tanto ao nível formativo como de um ponto de vista mais pessoal.
5. O facto de o estágio ter sido frequentado na Administração Local trouxe-lhe mais valias de âmbito pessoal, social e/ou profissional?
Sim, sem dúvida. O ensino superior prepara-nos para a vida profissional, dando-nos as ferramentas essenciais para exercemos uma profissão. Mas a uma atividade profissional podem corresponder vários empregos, consoante o nível de empregabilidade e a própria diversificação do mercado de trabalho numa dada área de formação.
O trabalho de um arquiteto, por exemplo, não passa exclusivamente por projetar, mas também por controlar o que se projeta – uma competência que a Lei atribui aos municípios –, e, nesse sentido, o estágio PEPAL foi fundamental para complementar a minha formação académica e compreender o papel da minha profissão de um modo mais abrangente, do ponto de vista do ordenamento e da gestão urbanística do território.
Por outro lado, o trabalho desenvolvido pelas Câmaras Municipais é orientado para o serviço público e subjugado à defesa do interesse público, assentando numa cooperação constante a vários níveis entre os diferentes funcionários e serviços que a estruturam, e por isso este estágio também me trouxe mais valias de âmbito social e relacional.
6. Considera que desenvolveu e/ou adquiriu competências na sua área de formação profissional? E em outras áreas de competências, por exemplo comportamentais, ou tecnológicas?
Sim. O estágio permitiu-me desempenhar funções numa área – a da gestão urbanística do território e a do conhecimento das leis que condicionam a urbanização e a edificação – que o plano de estudos do meu curso não contemplou.
E, por sua vez, trabalhar com ferramentas associadas a esta área de atividade com as quais não estava familiarizado.
Por outro lado, uma parte importante das funções que desempenhei passou pela realização de atendimentos regulares aos munícipes e, nesse sentido, fui aprendendo também a contactar com o público.
7. Finalizado o estágio, foi-lhe dada a possibilidade de celebrar um contrato com a empresa/entidade? Aceitou? Caso lhe tivesse sido dada essa oportunidade teria aceite?
Sim. Poucos meses depois de terminado o estágio tive a possibilidade de ingressar novamente na Câmara Municipal de Sintra (onde continuo a trabalhar até hoje), para desempenhar as mesmas funções, mas agora com mais responsabilidade e autonomia.
8. Considera que o estágio que frequentou constitui uma mais valia para a sua carreira profissional?
Sim, na medida em que o estágio complementou a minha formação académica e me deu a possibilidade de regressar à entidade de acolhimento.
9. Recomendaria esta medida a outros jovens?
Absolutamente. É uma ótima oportunidade para uma experiência profissional bastante enriquecedora numa área muito vasta da Administração Pública.