Aldeias Pedagógicas
Nome do beneficiário: Azimute – Associação de Desportos de Aventura, Juventude e Ambiente
Código da operação: POISE-03-4639-FSE-000027
Tipologia da Operações: 3.33 – Programa de Parcerias para o Impacto
Região: Norte
Data de início e fim: 02-01-2017 | 27-12-2019
Montante total aprovado: 113.188,00 €
Projeto que promove o envelhecimento ativo, a intergeracionalidade, a participação cívica e familiar e o bem-estar físico e mental do idoso. As Aldeias Pedagógicas valorizam os saberes, os ofícios e a experiência de vida dos idosos, tornando-os nos “Mestres” das Aldeias: são os idosos que melhor guardam os saberes de outrora e são também eles que melhor os sabem transmitir. Guiados por eles, os visitantes percorrem um circuito pelas ruas das aldeias, ouvindo, observando e experimentando as artes e ofícios destes Mestres.
O projeto envolve ainda o uso de tecnologias, como o Skype, enquanto linha de contacto entre utilizadores séniores e os seus familiares, de forma a reforçar as relações de proximidade, assim como ações de sensibilização, eventos e um “espaço” de criação artística, que desenvolve a motricidade, a precisão manual, a coordenação psicomotora e a criatividade do idoso. Depois de uma primeira experiência piloto na aldeia da Portela, concelho de Bragança, o financiamento da Portugal Inovação Social atribuído às “Aldeias Pedagógicas” tem como objetivo desenvolver e expandir o projeto na mesma região, designadamente para as aldeias de Pinela (concelho de Bragança), Vilar Seco e Vale Frades (concelho de Vimioso). O projeto é apoiado pelos investidores socias Fundação Calouste Gulbenkian, Município de Bragança e Município de Vimioso.
- Visitas às Aldeias Pedagógicas
Nas Aldeias Pedagógicas aproveitam-se as infraestruturas existentes nas aldeias e valorizam-se os saberes e experiência de vida dos seus habitantes idosos, os Mestres. Os Mestres têm o papel de professores do meio rural e recebem a visita de escolas. Num roteiro pelas aldeias, passando em pontos definidos, os Mestres partilham a sua sabedoria e modo de vida: o barro e olaria, os escrinhos de palha e silva, fazer pão caseiro, tratar da horta, cuidar dos burros e outros animais domésticos, a arte das profissões antigas, explorar a capoeira, visitar o estábulo das vacas, fazer tecelagem, recolher ervas, guiar um rebanho, falar mirandês, jogos e brincadeiras tradicionais e muito mais.
- Workshops de Saberes
Nas Aldeias Pedagógicas os idosos, os Mestres, ensinam as suas artes e perpetuam a tradição. O conhecimento salta das mãos dos mais antigos e chega às novas gerações. São eles, os Mestres, que tornam possível esta passagem de sabedoria, a dita herança cultural. Dinamização de Workshops destinados ao público em geral e turistas, onde os Mestres ensinam as suas artes e ofícios, por exemplo a arte de fazer escrinhos ou uma peça de olaria.
- Workshops de capacitação e “espaço” de criação artística
No “espaço” de criação artística são dinamizadas iniciativas que permitem reviver memórias e “reatá-las” e, ao mesmo tempo, promovem a partilha de conhecimentos e afetos, o convívio e desenvolvem a motricidade, a precisão manual e a coordenação psicomotora. Além disso, os Mestres das Aldeias Pedagógicas tornam-se aprendizes e ganham novas competências como serigrafia, cianotipia, fotografia, entre outros. Deste modo, ficam capacitados para transmitirem os novos conhecimentos através de ações para crianças, famílias e outros interessados.
- Memória Futura
“Memórias do Mestre” decorre num ambiente mais intimista, normalmente em casa do Mestre, promovendo de forma regular encontros, que permitam a recolha de histórias sustentados na tradição, no modo de vida, em acontecimentos históricos, que vão permitir a produção de conteúdos que alimentem os produtos/ serviços das Aldeias Pedagógicas.
Elaboração de um livro infantil escrito por Margarida Fonseca Santos e ilustrado por Carla Nazareth com referência às Aldeias Pedagógicas.
- Testemunhos
Testemunhos dos Mestres das Aldeias Pedagógicas e das Entidades Locais
“Quase não saio de casa e as crianças virem aqui e falarem comigo é muito bom, uma distração” Mestre José Abílio Raposo, 85 anos, Aldeia Pedagógica de Vilar Seco
“É um orgulho ensinar aquilo que fizemos toda a vida…” Mestre Celeste de Jesus Martins Castanho Fonseca, 75 anos, Aldeia Pedagógica de Vale de Frades
“As crianças podem ir ver a minha horta e eu digo-lhes como cuido de tudo. É tudo biológico. Pico as cascas e os legumes e enterro na horta. A terra que a gente compra é disso que se faz. Aproveito toda a água, tenho tanques para aproveitar a água e rego a horta com ela”, Mestre Júlia de Jesus Afonso, 80 anos, Aldeia Pedagógica de Pinela
“O principal é que venham pessoas aprender a fazer escrinhos e que esta arte não se perca. E a aldeia fique mais conhecida”, Mestre Isabel Maria Martins Rodrigues, 63 anos, Aldeia Pedagógica de Vilar Seco
“As minhas expectativas são essencialmente fazer ver às pessoas mais idosas que são sempre úteis. Atrair gente a visitar a nossa aldeia e dinamizar ainda mais a nossa “marca” o Escrinho”, Manuel Emílio Fonseca João, presidente da Junta de Freguesia de Vilar Seco
“Este projeto é sempre bom para divulgar uma aldeia que se encontra desertificada como muitas outras. Uma boa maneira de dinamizar e envolver os mais idosos em diversas atividades. É uma forma de valorizar os nossos idosos e de certa maneira eles sentem-se úteis ao experienciar as suas vivências com os mais jovens e com turistas…”, Solange Caravela, Associação Cultural e Recreativa de Pinela